O mistério da área ardida nos fogos de 15 de Outubro de 2017 (2ª parte)

Este post é a continuação do post de ontem, onde se perguntava: afinal que área ardeu nos fogos de 15 de Outubro? A dúvida estava entre o valor dado pelo valor ICNF, 217 020 hectares, e o do EFFIS, 315 277 hectares, quase 50% maior.

Os valores do ICNF são usados em estatísticas oficiais portuguesas e em bases de dados como a PORDATA, para além de serem referidos pelos meios de comunicação social. Os do EFFIS são os do sistema de gestão de emergência da União Europeia. Como é possível que quase dois meses após os fogos de 15 de Outubro haja tanta incerteza em números tão importantes para caracterizar aquela que foi uma das maiores catástrofes que se abateu sobre o país?

Procurámos saber o que se passa. Não sabemos ainda o número correcto para a área ardida, mas pensamos que o número do ICNF para a área ardida nos fogos de 15 de Outubro de 2017 está muito abaixo do verdadeiro valor, pelas razões que expomos a seguir.

Lembremos o nosso post anterior, onde vimos que o EFFIS e o ICNF concordam na área ardida em Portugal até à 40ª semana de 2017 (7 de Outubro), indicando ambos áreas próximas dos 250 mil hectares ardidos até então (mais exactamente, 248 661 hectares para o EFFIS e "255 011.009" hectares para o SGIF, serviço usado pelo ICNF). Uma vez que a área total ardida em Portugal até ontem, indicada nos respectivos sites é:

• 563 938 hectares (EFFIS)
• 442 418 hectares (ICNF - relatório provisório de 1 de Janeiro a 31 de Outubro), 

conclui-se por simples subtracção que as estimativas para a área ardida após 7 de Outubro são:

• 315 277 hectares para o EFFIS e 
• 187 406.98 hectares para o ICNF/SGIF, o que é uma diferença enorme.

O SGIF tinha ontem no seu site um valor diferente, "472 030.937" hectares para a área ardida até ontem, pelo que se lhe subtrairmos os "255 011.009" hectares ardidos até 7 de Outubro temos a área ardida após 7 de Outubro para o ICNF/SGIF: 

• 217 020 hectares.

Hoje juntamos a seguinte informação:

• o ICNF tem no seu site um ficheiro shapefile de 27/10/2017 que permite ver as áreas que foram usadas (pelo ICNF) para estimar a área ardida, as quais dão um novo valor, mais elevado: 
• 492 102.8 hectares.

Se subtrairmos a este número a área ardida até 7 de Outubro, ficamos com uma estimativa do ICNF para a área ardida após 7 de Outubro que se aproxima mais da do EFFIS, mas que ainda assim fica bastante distante:

•  237 092 hectares.

No entanto, se abrirmos o ficheiro shapefile num programa de GIS (Sistema de Informação Geográfica) juntamente com uma imagem de satélite obtida após os fogos de 15 de Outubro de 2017, observamos que os 492 102.8 hectares das regiões desenhadas pelo ICNF/SGIF não chegam a cobrir toda a área ardida. Vejamos as seguintes imagens:

Imagem de satélite após os fogos de 15 de Outubro de 2017 com as regiões delimitadas de fogos até 7 de Outubro. As zonas a castanho/cinzento representam as regiões ardidas após 7 de Outubro.

A mesma imagem de satélite com todas as regiões delimitadas pelo ICNF no ficheiro de 27 de Outubro de 2017.

Região em torno da barragem da Aguieira, onde se vêem zonas ardidas (a castanho) não incluídas na estimativa de área ardida.

Idem para a zona a norte da imagem anterior.

A imagem anterior sem a zona delimitada a azul escuro, para comparação.

Zona a norte da imagem anterior, também com área ardida (a castanho) não incluída nas regiões delimitadas.

Imagem anterior sem a região azul escura, para comparação.

Parece assim muito provável que a área ardida em 2017 seja consideravelmente maior do que a que é indicada no site do ICNF. Porquê tanto atraso a precisar a área ardida em 2017 em Portugal? Como é possível que não sejam explicadas as disparidades existentes entre o relatório provisório do ICNF (o último disponível, de 1 de Janeiro a 31 de Outubro, que serve de referência) e os dados do SGIF, a shapefile do ICNF, as áreas castanhas (ardidas) nas imagens de satélite e as estimativas do EFFIS?    

O mistério da área ardida nos fogos de 15 de Outubro de 2017 (1ª parte)

No passado dia 15 de Outubro de 2017, Portugal ardeu de uma forma como nunca se tinha visto: em pouco mais de 1 dia terão ardido cerca de 200 mil hectares, ou seja, mais de 2% da área do país. Ou será que... foram mais de 300 mil hectares?

Vamos por partes. Hoje, 9 de Dezembro de 2017, passados quase dois meses, as estimativas europeia (dada pelo EFFIS) e portuguesa (relatório provisório de 1 Jan a 30 Out do ICNF) para a área ardida em todo o ano de 2017 em Portugal diferem em mais de 120 mil hectares:

• 563 938 hectares (EFFIS, da União Europeia) 
• 442 418 hectares (ICNF, de Portugal)  

O número do EFFIS pode ser confirmado no site, clicando no botão "S.T." (Seasonal Trend), e escolhendo Portugal:

Área ardida em Portugal segundo o EFFIS (imagem de 9/12/2017).

O número do ICNF pode ver-se no respectivo site: 

Área ardida em Portugal segundo o site do ICNF (imagem de 9/12/2017).

Como o ICNF cita os números do SGIF, o valor acima já está desactualizado, sendo hoje de "472 030.937" hectares (nas últimas semanas o número tem variado entre os 470 mil e os 500 mil hectares - as aspas pretendem indicar que o número não devia ser apresentado com tanta "precisão aparente", sobretudo quando tem variado tanto ao longo das últimas semanas):

Área ardida em Portugal segundo o SGIF (imagem de 9/12/2017).

É assim previsível que o número do próximo relatório do ICNF venha a ser corrigido para um valor superior, reflectindo o valor do SGIF. Mas será que valor do SGIF está correcto? 

O gráfico do SGIF é parecido com o do EFFIS até ao início de Outubro (onde o EFFIS indica 248 661 hectares de área ardida até 7 de Outubro e o SGIF "255 011.009" hectares na semana correspondente, a nº 40). O que mais surpreende é a área ardida a partir daí. Essa subida é de:

• 315 277 hectares no gráfico do EFFIS 
• 217 019.92 hectares no gráfico do SGIF.

Ou seja, o EFFIS apresenta há já muito tempo uma estimativa para a área ardida após 7 de Outubro que é cerca de 100 mil hectares superior à que o SGIF tem vindo a apresentar (quase 50% mais). Esta diferença de estimativas é muito significativa e mantém-se há várias semanas sem explicação por parte do ICNF/SGIF nos respectivos sites. Os meios de comunicação social e a comunidade científica não têm comentado esta diferença e assim ela tem-se vindo a manter, arrastando-se no tempo sem explicação, potencialmente influenciando a percepção que os poderes públicos e o público em geral têm da catástrofe de 15 de Outubro, com implicações possíveis no montante de ajuda necessária e nos recursos que as autoridades disponibilizam para acudir às populações afectadas.

É urgente a que se responda com precisão à pergunta: que área ardeu nos incêndios de 15 de Outubro de 2017? 

No site do EFFIS é possível criar um mapa com as áreas ardidas depois de 7 de Outubro (exclusive) carregando no botão "B.A.L." (Burnt Area Locator):

Este mapa não difere muito do mapa apresentado pela RTP em 18/19 de Outubro, embora se verifiquem algumas diferenças (por exemplo a versão actual inclui os incêndios no concelho de Braga). Uma tabela com as estimativas de área ardida pode também ser obtida no EFFIS:

Data de início	Data de fim	Área ardida (hectares)	Região
05/12/2017	05/12/2017	68	Minho-Lima (PT)
22/11/2017	26/11/2017	33	Minho-Lima (PT)
21/11/2017	26/11/2017	31	Minho-Lima (PT)
20/11/2017	21/11/2017	32	Dao-Lafoes (PT)
19/11/2017	19/11/2017	36	Douro (PT)
18/11/2017	19/11/2017	119	Dao-Lafoes (PT)
18/11/2017	19/11/2017	32	Douro (PT)
17/11/2017	19/11/2017	156	Entre Douro e Vouga (PT)
09/11/2017	28/10/2017	44	Regiao Autonoma da Madeira (PT)
29/10/2017	29/10/2017	35	Tamega (PT)
28/10/2017	29/10/2017	35	Dao-Lafoes (PT)
27/10/2017	29/10/2017	34	Douro (PT)
25/10/2017	23/10/2017	40	Baixo Vouga (PT)
17/10/2017	23/10/2017	974	Beira Interior Norte (PT)
17/10/2017	22/10/2017	208	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	23/10/2017	2179	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	22/10/2017	1077	Tamega (PT)
16/10/2017	22/10/2017	866	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	20/10/2017	766	Cavado (PT)
16/10/2017	22/10/2017	393	Baixo Mondego (PT)
16/10/2017	23/10/2017	377	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	23/10/2017	375	Grande Porto (PT)
16/10/2017	23/10/2017	342	Medio Tejo (PT)
16/10/2017	22/10/2017	265	Minho-Lima (PT)
16/10/2017	20/10/2017	204	Beira Interior Norte (PT)
16/10/2017	22/10/2017	153	Grande Porto (PT)
16/10/2017	23/10/2017	150	Baixo Vouga (PT)
16/10/2017	23/10/2017	134	Oeste (PT)
16/10/2017	22/10/2017	131	Douro (PT)
16/10/2017	23/10/2017	125	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	23/10/2017	124	Pinhal Litoral (PT)
16/10/2017	23/10/2017	106	Douro (PT)
16/10/2017	22/10/2017	98	Tamega (PT)
16/10/2017	23/10/2017	87	Alto Tras-os-Montes (PT)
16/10/2017	20/10/2017	85	Cavado (PT)
16/10/2017	23/10/2017	84	Grande Porto (PT)
16/10/2017	22/10/2017	78	Alto Tras-os-Montes (PT)
16/10/2017	23/10/2017	73	Dao-Lafoes (PT)
16/10/2017	16/10/2017	65	Pinhal Interior Sul (PT)
16/10/2017	23/10/2017	64	Ave (PT)
16/10/2017	22/10/2017	62	Minho-Lima (PT)
16/10/2017	22/10/2017	39	Tamega (PT)
16/10/2017	22/10/2017	38	Beira Interior Sul (PT)
15/10/2017	23/10/2017	64321	Pinhal Interior Norte (PT)
15/10/2017	23/10/2017	34844	Pinhal Interior Sul (PT)
15/10/2017	23/10/2017	24183	Baixo Mondego (PT)
15/10/2017	23/10/2017	18900	Pinhal Litoral (PT)
15/10/2017	23/10/2017	10701	Serra da Estrela (PT)
15/10/2017	23/10/2017	9881	Dao-Lafoes (PT)
15/10/2017	23/10/2017	8424	Serra da Estrela (PT)
15/10/2017	23/10/2017	8253	Entre Douro e Vouga (PT)
15/10/2017	23/10/2017	4809	Beira Interior Norte (PT)
15/10/2017	23/10/2017	2297	Beira Interior Norte (PT)
15/10/2017	23/10/2017	2051	Beira Interior Norte (PT)
15/10/2017	23/10/2017	1657	Beira Interior Sul (PT)
15/10/2017	22/10/2017	982	Minho-Lima (PT)
15/10/2017	22/10/2017	887	Tamega (PT)
15/10/2017	23/10/2017	665	Beira Interior Norte (PT)
15/10/2017	20/10/2017	624	Minho-Lima (PT)
15/10/2017	23/10/2017	611	Dao-Lafoes (PT)
15/10/2017	23/10/2017	504	Baixo Mondego (PT)
15/10/2017	22/10/2017	347	Minho-Lima (PT)
15/10/2017	22/10/2017	204	Oeste (PT)
15/10/2017	22/10/2017	197	Cavado (PT)
15/10/2017	22/10/2017	179	Alto Tras-os-Montes (PT)
15/10/2017	22/10/2017	166	Cavado (PT)
15/10/2017	22/10/2017	158	Tamega (PT)
15/10/2017	22/10/2017	135	Grande Porto (PT)
15/10/2017	23/10/2017	124	Ave (PT)
15/10/2017	22/10/2017	117	Grande Porto (PT)
15/10/2017	22/10/2017	55	Grande Porto (PT)
15/10/2017	22/10/2017	54	Alto Tras-os-Montes (PT)
15/10/2017	22/10/2017	44	Alto Tras-os-Montes (PT)
15/10/2017	22/10/2017	35	Minho-Lima (PT)
15/10/2017	22/10/2017	35	Ave (PT)
15/10/2017	24/10/2017	34	Grande Lisboa (PT)
14/10/2017	23/10/2017	67521	Pinhal Interior Norte (PT)
14/10/2017	23/10/2017	4268	Beira Interior Norte (PT)
14/10/2017	22/10/2017	3893	Minho-Lima (PT)
14/10/2017	22/10/2017	1818	Ave (PT)
14/10/2017	22/10/2017	1623	Dao-Lafoes (PT)
14/10/2017	23/10/2017	462	Cavado (PT)
14/10/2017	22/10/2017	145	Ave (PT)
14/10/2017	23/10/2017	109	Alto Tras-os-Montes (PT)
14/10/2017	22/10/2017	72	Alto Tras-os-Montes (PT)
13/10/2017	17/10/2017	9436	Dao-Lafoes (PT)
13/10/2017	23/10/2017	895	Alto Tras-os-Montes (PT)
13/10/2017	12/10/2017	116	Douro (PT)
13/10/2017	23/10/2017	69	Douro (PT)
13/10/2017	23/10/2017	56	Douro (PT)
13/10/2017	23/10/2017	47	Alto Tras-os-Montes (PT)
12/10/2017	23/10/2017	1322	Tamega (PT)
12/10/2017	22/10/2017	516	Alto Tras-os-Montes (PT)
12/10/2017	22/10/2017	353	Dao-Lafoes (PT)
12/10/2017	22/10/2017	145	Dao-Lafoes (PT)
12/10/2017	12/10/2017	48	Tamega (PT)
12/10/2017	14/10/2017	45	Ave (PT)
12/10/2017	22/10/2017	43	Douro (PT)
12/10/2017	22/10/2017	41	Tamega (PT)
12/10/2017	22/10/2017	41	Ave (PT)
12/10/2017	22/10/2017	37	Ave (PT)
11/10/2017	11/10/2017	156	Beira Interior Norte (PT)
11/10/2017	22/10/2017	70	Tamega (PT)
11/10/2017	14/10/2017	68	Alto Tras-os-Montes (PT)
11/10/2017	22/10/2017	43	Alto Tras-os-Montes (PT)
11/10/2017	22/10/2017	41	Tamega (PT)
11/10/2017	10/10/2017	41	Ave (PT)
11/10/2017	11/10/2017	36	Tamega (PT)
10/10/2017	11/10/2017	828	Dao-Lafoes (PT)
10/10/2017	22/10/2017	260	Minho-Lima (PT)
10/10/2017	11/10/2017	141	Dao-Lafoes (PT)
10/10/2017	23/10/2017	65	Baixo Vouga (PT)
10/10/2017	11/10/2017	57	Minho-Lima (PT)
10/10/2017	11/10/2017	38	Minho-Lima (PT)
09/10/2017	11/10/2017	421	Dao-Lafoes (PT)
09/10/2017	11/10/2017	96	Dao-Lafoes (PT)
09/10/2017	11/10/2017	65	Tamega (PT)
09/10/2017	11/10/2017	58	Tamega (PT)
09/10/2017	11/10/2017	56	Ave (PT)
09/10/2017	11/10/2017	38	Douro (PT)
09/10/2017	11/10/2017	36	Tamega (PT)
08/10/2017	23/10/2017	8372	Pinhal Interior Norte (PT)
08/10/2017	11/10/2017	912	Dao-Lafoes (PT)
08/10/2017	11/10/2017	903	Dao-Lafoes (PT)
08/10/2017	10/10/2017	582	Alto Tras-os-Montes (PT)
08/10/2017	08/10/2017	348	Beira Interior Norte (PT)
08/10/2017	09/10/2017	302	Ave (PT)
08/10/2017	11/10/2017	125	Pinhal Interior Norte (PT)
08/10/2017	08/10/2017	123	Cavado (PT)
08/10/2017	11/10/2017	102	Dao-Lafoes (PT)
08/10/2017	09/10/2017	91	Douro (PT)
08/10/2017	11/10/2017	88	Ave (PT)
08/10/2017	09/10/2017	88	Tamega (PT)
08/10/2017	09/10/2017	87	Tamega (PT)
08/10/2017	10/10/2017	78	Ave (PT)
08/10/2017	09/10/2017	76	Tamega (PT)
08/10/2017	11/10/2017	76	Ave (PT)
08/10/2017	09/10/2017	67	Tamega (PT)
08/10/2017	09/10/2017	57	Ave (PT)
08/10/2017	08/10/2017	52	Pinhal Interior Sul (PT)
08/10/2017	22/10/2017	41	Entre Douro e Vouga (PT)
08/10/2017	11/10/2017	39	Tamega (PT)
08/10/2017	11/10/2017	38	Ave (PT)
	TOTAL	315277	hectares

Os Fogos de Quiaios de 2017

Em 2017 houve dois incêndios na zona de Quiaios: um a 31 de Julho, combatido com 11 meios aéreos, 63 veículos e 250 operacionais, onde terão ardido cerca de 20 hectares e outro a 15 de Outubro, combatido por 111 operacionais apoiados por 33 viaturas, onde segundo o relatório provisório de 31/10/2017 do ICNF terão ardido cerca de 16 610 hectares. Observando as imagens de satélite podemos constatar que é muito provável que os dois fogos de Quiaios de 2017 tenham tido início na mesma zona:

• Imagem de 24 de Julho de 2017 (antes dos fogos):

• Imagem de 3 de Julho de 2017 (depois do 1º fogo e antes do 2º):

• Imagem de 15 de Outubro de 2017 (antes do 2º fogo):

• Imagem a 25 de Outubro de 0217 (após o 2º fogo):

Imagem do sistema EFFIS mostrando o que se presume ser o início do fogo de 15 de Outubro (no dia 15 de Outubro o vento soprava para norte):  

Não estamos a sugerir que a origem tenha sido fogo posto: outras hipóteses (desde logo negligência) parecem-nos tão ou mais verosímeis. A proximidade de casas e a localização semelhante do início dos dois fogos sugerem uma origem comum relacionada com a actividade humana, a qual deve ser investigada, para prevenir situações semelhantes.